Quinta-feira, 20 de Abril de 2006

P.......O.......E.......M.......A.......Z.......U.......L

 

 

Como crianç a brincando

Assim jogava eu com as palavras

Colorindo o meu destino

De gritos alegres

Manhã s de espanto

Gaivotas de luz :

 

Porque arde no meu sangue o fogo

Dum sonho que nã o tem idade

Que pinta no meu rosto

Da eterna infâ ncia a saudade

 

Bebo da fonte sagrada

Água fresca a poesia

Que liberta a alma alada

E canta a instante alegria

 

E quero ainda nos meus lábios

Um sorriso largo

Um paraíso verde

A embalar meus sonhos

De eterno infante

 

Ter no coraç ã o um sol radioso

E uma fonte clara

Onde mil pardais

Esvoaç ando cantem

Meu poema azul

 

------------------------

Joakim Paz - in Divina Saudade 

(Ediçoes Jardim Secreto)

 

 

 

publicado por joakimpaz às 23:24

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7 comentários:
De joakimpaz a 22 de Abril de 2006 às 20:32
agradeco o seu comentario e atencao, o problema no entanto nao e' meu... acontece que simplesmente donde posto os meus blogs nao existem nem o til nem acentos (graves,agudos ou qualquer outros) nem cedilhas...estou em Inglaterra e aqui os teclados nao teem dessas coisas... e' uma pena e faz-me bastante confusao porque gosto das coisas correctas, mas nada posso fazer para alterar... tera' de imaginar onde existam acentos o u cedilhas...
De Sá Ramos a 23 de Abril de 2006 às 12:53
Fica então explicado, caro amigo. Aceite as minhas desculpas pelo atrevimento. Confesso que o julguei precipitadamente ao julgar as falhas como desleixo. Espero que não se sinta ofendido com o meu atrevimento. Farei como disse e imaginarei sem falhas onde as houver.
As maiores felicidades para si e para a sua doce arte.
De joakimpaz a 25 de Abril de 2006 às 01:12
Álvaro de Campos

Se te Queres

Se te queres matar, por que não te queres matar?
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos o mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por atores de convenções e poses determinadas,
O circo policromo do nosso dinamismo sem fím?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...
E, de qualquer forma, se te cansa seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!
Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te...
Talvez peses mais durando, que deixando de durar...

A mágoa dos outros?... Tens remorso adiantado
De que te chorem?
Descansa: pouco te chorarão...
O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco,
Quando não são de coisas nossas,
Quando são do que acontece aos outros, sobretudo a morte,
Porque é coisa depois da qual nada acontece aos outros...

Primeiro é a angústia, a surpresa da vinda
Do mistério e da falta da tua vida falada...
Depois o horror do caixão visível e material,
E os homens de preto que exercem a profissão de estar ali.
Depois a família a velar, inconsolável e contando anedotas,
Lamentando a pena de teres morrido,
E tu mera causa ocasional daquela carpidação,
Tu verdadeiramente morto, muito mais morto que calculas...
Muito mais morto aqui que calculas,
Mesmo que estejas muito mais vivo além...
Depois a trágica retirada para o jazigo ou a cova,
E depois o princípio da morte da tua memória.
Há primeiro em todos um alívio
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido...
Depois a conversa aligeira-se quotidianamente,
E a vida de todos os dias retoma o seu dia...

Depois, lentamente esqueceste.
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste.
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.

Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
Se queres matar-te, mata-te...
Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência! ...
Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?

Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera
As seivas, e a circulação do sangue, e o amor?

Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?
Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem.
Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?

És importante para ti, porque é a ti que te sentes.
És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjetividade objetiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?

Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido?
Mas o que é conhecido? O que é que tu conheces,
Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?

Tens, como Falstaff, o amor gorduroso da vida?
Se assim a amas materialmente, ama-a ainda mais materialmente,
Torna-te parte carnal da terra e das coisas!
Dispersa-te, sistema físico-químico
De células noturnamente conscientes
Pela noturna consciência da inconsciência dos corpos,
Pelo grande cobertor não-cobrindo-nada das aparências,
Pela relva e a erva da proliferação dos seres,
Pela névoa atômica das coisas,
Pelas paredes turbihonantes
Do vácuo dinâmico do mundo...

De joakimpaz a 24 de Abril de 2006 às 00:52
E' aborrecido eu sei, e presta-se a algumas confuso~es, mas como ve^, se eu tentar usar o til , o resultado e' uma tristeza... no caso deste poema, onde se le^ manhas, deve-se ler manha~s, ou se preferir, madrugadas... Mas o problema e' o mesmo se eu ler aqui em Inglaterra, alguma coisa escrita num teclado europeu... em vez do til aparecem uma serie de simbolos que tornam a coisa completamente ilegivel...Enfim...manias dos ingleses que gostam de ter tudo diferente dos outros...
De Ashera a 5 de Janeiro de 2007 às 18:26
Acho que estás em toda a net..vai dando pistas que eu vou atrás !rs
De joakimpaz a 5 de Janeiro de 2007 às 21:41
ok,FOLLOW ME...
O MEU CAMINHO CONTINUA...
E QUEM APARECER SERÁ BEM-VINDO...
QUEM NAO POSSA ACOMPANHAR FICA PARA TRÁS...

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